Presidente do Sindicato dos Bancários de Sorocaba participa de evento promovido pela UGT sobre pejotização e terceirização

Nesta quinta-feira (05), o presidente do Sindicato dos Bancários de Sorocaba e Região, Julio Cesar Machado, participou de um importante evento realizado em Campinas pela União Geral dos Trabalhadores (UGT). O encontro reuniu dirigentes sindicais, especialistas e autoridades políticas para debater os efeitos da pejotização, terceirização e reforma trabalhista no cenário brasileiro atual.

O evento contou com a presença do presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, e do deputado federal Luiz Carlos Motta, que também preside a UGT no estado de São Paulo. A programação foi marcada por reflexões críticas sobre o avanço da precarização nas relações de trabalho e os desafios para garantir direitos básicos aos trabalhadores e trabalhadoras.

Entre os destaques, a professora doutora Marilane Oliveira Teixeira, pesquisadora da Unicamp, apresentou dados alarmantes: dos 26 milhões de profissionais com CNPJ ativo, 13 milhões não contribuíram com a Previdência Social em abril. Ela alertou para o risco da chamada “autonomia empreendedora” ser, na prática, uma forma de precarização das condições de trabalho, com adoecimento, assédio, e afastamentos pelo INSS se tornando cada vez mais comuns.

O jurista Dr. Raimundo Simão de Melo fez um resgate histórico das lutas trabalhistas, desde a Revolução Industrial até os dias atuais. Ele destacou que o modelo de terceirização e pejotização no Brasil se expandiu fortemente após a Reforma Trabalhista de 2017, favorecendo os empregadores e fragilizando os vínculos formais. Citou ainda a súmula 331 do TST, marco na ampliação da terceirização, e as decisões posteriores do STF que abriram caminho para que empresas operem sem sequer manter empregados diretos.

Para os palestrantes, o atual cenário representa um verdadeiro "estado de mal-estar social", com redução de direitos, aumento da informalidade e falta de perspectivas de aposentadoria para muitos trabalhadores, especialmente os mais pobres. Foi feita a provocação: de onde virá a reconstrução dos direitos retirados — das grandes fortunas? Da mobilização política? A resposta, disseram, dependerá da capacidade de organização e pressão dos movimentos sindicais e sociais.

A participação de Julio Cesar Machado reforça o compromisso do Sindicato dos Bancários de Sorocaba na defesa dos direitos da categoria e na construção de um mercado de trabalho mais justo, humano e com garantias mínimas de dignidade.