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Prefeitura insiste no pedido por maior flexibilização em Sorocaba

O Governo do Estado adiantou, porém, que alterações de nível seguem critérios técnicos


A prefeita de Sorocaba, Jaqueline Coutinho (PSL), vai insistir junto ao Governo do Estado para que a cidade passe do segundo para o terceiro nível na escala de flexibilização das atividades econômicas estabelecido pelo Plano São Paulo. O Executivo deve enviar nesta sexta-feira (29) um ofício ao Palácio dos Bandeirantes pleiteando novo enquadramento no plano apresentado na última quarta-feira (27) pelo governador João Doria (PSDB) e que entrará em vigor a partir da segunda-feira (1º).

A escala é composta por cinco níveis que classificam as regiões do Estado conforme os níveis de flexibilização dos serviços. Na fase 1 (vermelha), a restrição às atividades não essenciais é total. Do pior estágio, as bandeiras evoluem para as fases de controle (fase 2 — laranja), flexibilização (fase 3 — amarela), abertura parcial (fase 4 — verde) e normal controlado (fase 5 — azul). O objetivo da classificação, de acordo com o Estado, é assegurar atendimento de saúde à população e garantir níveis seguros de disseminação do coronavírus para modular as ações de isolamento.

De acordo com o plano, Sorocaba encontra-se na fase 2 — laranja, que permite a retomada de atividades imobiliárias, concessionárias de veículos, escritórios, comércio de rua e shoppings centers. Em todos os casos, o atendimento ao público será limitado a 20% da capacidade efetiva de cada empresa. Na fase 3, pleiteada pela Prefeitura, Sorocaba teria liberado, também, o funcionamento de bares, restaurantes e similares, além de salões de beleza, com o aumento do percentual de atendimento para 40%.

“Vou oficiar ao governo estadual, apontando a realidade da cidade sobre seu atendimento à saúde e as diferenças que nos separam de outras cidades da região que integram o Conselho Municipalista”, informou Jaqueline Coutinho na noite de anteontem (27), em coletiva de imprensa, alegando que a cidade vive “outra situação do ponto de vista daquilo que está sendo feito tanto no campo médico, quanto das consequências econômicas.”

Na manhã de ontem (28), o Comitê de Enfrentamento do Coronavírus em Sorocaba, chefiado pelo médico Fernando Brum, se reuniu para elaborar um documento com intuito de dar “fundamentação científica” ao ofício que pede o aumento da flexibilização. O estudo epidêmico foi entregue à prefeita à tarde. O seu teor, no entanto, não foi divulgado.

O Plano São Paulo, que traça uma série de medidas e metas para a reabertura gradual das atividades econômicas no estado, estabeleceu os níveis das regiões do Estado tendo como base a média da taxa a capacidade do sistema de saúde, como a ocupação de leitos de UTI exclusivas para pacientes contaminados pelo coronavírus e o número de novas internações no mesmo período, e a evolução da epidemia, considerando os números de casos, internações e óbitos decorrentes de Covid-19.


Ainda segundo o plano, uma região só poderá passar a um maior relaxamento após 14 dias da mudança de fase, mantendo os indicadores de saúde estáveis por um período completo de incubação do vírus.


Sem “pressão política”

Sorocabano que integra o Comitê Econômico Extraordinário que construiu o Plano São Paulo em parceria com o Centro de Contingência do coronavírus, o secretário de Habitação, Flávio Amary, praticamente descartou o pedido da prefeita para que a cidade seja enquadrada em uma faixa mais branda. Ele enfatizou que a mudança de nível seguirá critérios técnicos, e não pressões políticas.


“Neste momento não existe a possibilidade desse pedido de mudança ser atendido”, afirmou, destacando que o nivelamento das regiões foi estabelecido tendo como base critérios técnicos e científicos definidos e discutidos por uma comissão de médicos e especialistas que integram o centro de contingência. “Eu, como sorocabano, espero que a nossa cidade possa mudar de fase, mas não por pressão política, e sim por melhora no quadro dos indicadores”, afirmou.

O secretário de Habitação disse considerar “legítimo que os prefeitos busquem defender o que acreditam”, mas ressaltou que o plano de reabertura da economia foi construído de “forma transparente”, e com consulta aos municípios paulistas — que inclusive tiveram acesso ao seu teor antes de ser oficialmente anunciado pelo governador.

“Não teve surpresa”, afirmou — comentando que a prefeita Jaqueline Coutinho, a exemplo dos demais prefeitos paulistas, participou de uma reunião virtual na noite da última terça-feira (26) na qual foram apresentados os detalhes do plano de reabertura gradual da economia.

Desde o início da pandemia, Flávio Amary, assim como os demais secretários estaduais, tem atuado como articulador regional nas ações de combate ao coronavírus no estado, fazendo a interlocução com 79 prefeituras das regiões de Sorocaba e Itapeva. Ele acrescentou que a publicação do decreto sobre o Plano São Paulo traz o detalhamento de percentual de ocupação nos estabelecimentos e tempo máximo de permanência. “E as prefeituras têm autonomia, dentro desses parâmetros, de tomar decisão que devem tomar”, finalizou.


Executivo discute reabertura de igrejas e encaminha a de shoppings

A Prefeitura de Sorocaba informou ontem (28) que a prefeita Jaqueline Coutinho (PSL) se reuniu com líderes de diversas denominações religiosas da cidade para discutir a “retomada consciente” das atividades, cultos e celebrações a partir do dia 1º de junho, assim como deverá ocorrer com os demais segmentos da atividade econômica contemplados pelo Plano São Paulo de flexibilização.

Durante a reunião, a prefeita Jaqueline Coutinho ressaltou que todas as medidas sanitárias deverão estar contidas em novo decreto a ser publicado até hoje e amplamente divulgado pelos órgãos e canais de comunicação da Prefeitura de Sorocaba.

A chefe do Executivo também recebeu representantes dos cinco shoppings (Cianê, Cidade, Iguatemi Esplanada, Panorâmico e Sorocaba) para tratar sobre a retomada das atividades do setor. Os representantes do setor informaram quais medidas serão adotadas mediante a reabertura dos espaços.

Os shoppings deverão realizar testes para verificar as condições de todos os funcionários, além de fazer a remoção de bancos dos corredores e áreas de descanso para evitar contato e aglomeração.


Escolas e transporte

O Plano São Paulo não detalha como se dará a retomada das escolas e do transporte público, mas o secretário de Habitação, Flávio Amary, adiantou que os assuntos estão sendo objeto de discussões mais aprofundadas e que uma entrevista coletiva, para tratar especificamente desses temas, está agendada para segunda-feira (1º).

O sorocabano revelou que o planejamento do Governo do Estado é que o retorno às aulas, ao menos na rede estadual, ocorra concomitantemente à abertura de “algumas áreas das atividades econômicas”, sem especificar quais. (Felipe Shikama)

Cruzeiro do Sul

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