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Itaú cita aumento das incertezas e já prevê Selic a 5,50% no fim do ano

Maior banco do país eleva a estimativa de inflação ao consumidor em 2021 de 3,8% para 4,7%, citando os preços mais altos do petróleo e o câmbio mais depreciado



O Itaú Unibanco (ITUB4), maior banco do país, revisou as suas projeções para câmbio, juros, inflação e PIB em 2021 e 2002 diante dos acontecimentos recentes. As novas estimativas estão no relatório "Aumento de incertezas turva o cenário", distribuído nesta sexta, 12.

Citando o aumento das incertezas globais e domésticas, bem como a inflação mais pressionada, a equipe econômica do Itaú espera agora que a taxa básica de juros, a Selic, encerre o ano em 5,50% ao ano, acima dos 5% anteriormente previstos. O ciclo de aperto monetário começaria já na próxima reunião do Copom, do Banco Central, na semana que vem, com uma alta de 0,50 ponto percentual que levaria a Selic para 2,50% ao ano.

Segundo o Itaú, a inflação ao consumidor medida pelo IPCA ficará em 4,7% em 2021, mais próxima do teto da meta de inflação -- o cenro da meta é de 3,75%, com tolerância de 1,50 ponto percentual, ou seja, até 5,25% ao ano. O banco estimava antes que o IPCA encerraria o ano em 3,8%. As mudanças foram feitas com base nas cotações mais elevadas do petróleo e no câmbio mais depreciado.

A taxa de câmbio deve encerrar 2021 com o dólar negociado a 5,30 reais, ante projeção anterior de 5,00 reais; para 2022, a estimativa é que a moeda americana tenha cotação de 5,50 reais no fim do ano (versus 5,00 reais anteriormente).

"Dada a dinâmica da pandemia e suas consequências econômicas e sociais, existe um risco não desprezível de flexibilização adicional do regime fiscal do teto de gastos à frente", afirma o relatório do Itaú assinado pelo economista-chefe, Mario Mesquita.

"Tal cenário impactaria a já frágil sustentabilidade fiscal brasileira, aumentando o prêmio de risco doméstico, com efeitos negativos sobre juros, câmbio e atividade econômica em 2021 e, predominantemente, em 2022", completa.

Efeito do juro sobre o PIB

O relatório do Itaú revisou para baixo as expectativas de crescimento tanto neste ano como em 2022, para 3,8% (ante 4% em previsão anterior) e 1,8% (ante 2,5%), respectivamente. Segundo o banco, as projeções tinham três premissas: (1) o avanço da vacinação, com a retomada do setor de serviços (2) crescimento global robusto e (3) manutenção de juros baixos.

"O aumento do risco fiscal e a consequente deterioração das condições financeiras impedem a manutenção dos juros em patamares mais baixos e reduzem a perspectiva de crescimento adiante", explica o relatório.

Exame Invest

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