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Feeb avança na discussão de igualdade de gênero e oportunidades

Números apontam que apesar das dificuldades, categoria bancária ainda é pioneira nas conquistas da mulher no mercado de trabalho


Nesta semana, a Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS) promoveu um debate para tratar sobre a questão da mulher no mercado de trabalho. O encontro contou com ampla participação de dirigentes sindicais e de outras centrais nacionais, como representantes da UGT – União Geral dos Trabalhadores e do Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.

“A atividade promoveu uma reflexão concreta da luta constante e permanente das mulheres e fortaleceu a necessidade de trazer o debate sobre a igualdade de gênero para discussões frequentes e não somente no mês de março. Só assim, podemos avançar na construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, pronunciou o presidente da Feeb SP/MS, Jeferson Boava.


A Mulher no Sistema Financeiro

Durante o debate, o economista do Dieese, Gustavo Cavarzam, apresentou percentuais de estudos da mulher no mercado de trabalho geral e no setor financeiro.

Entre os destaques estão, a mulher como a maioria da população brasileira, sendo 52% dentre os 217 milhões de habitantes e o aumento de mulheres como chefes de domicílio nos últimos anos, sendo 48% delas as principais responsáveis financeiras.

Agravantes trazidos pela pandemia também foram pontuados, como o percentual de afazeres domésticos das mulheres, o que segundo o economista, “Demonstra o espelho das desigualdades”. “Enquanto 78% dos homens dizem realizar afazeres domésticos como compras, pesquisas de preços, contratação e administração de empregados, 92% das mulheres apontam entre os afazeres preparar ou servir alimentos, arrumar a mesa, cuidar da louça, limpar e organizar casa, roupas etc. Ou seja, as informações apontam uma desigualdade significativa, uma vez que as atividades ditas realizadas por homens são pontuais e pelas mulheres exigem maior tempo e dedicação”, explica.

De acordo com o economista, outra função que sobrecarregou ainda mais as mulheres durante a pandemia, foi o cuidado com filhos ou idosos. Agravantes como doenças de ordem psicológica e baixa autoestima, também foi ressaltada.


Apontamentos

De acordo com a Feeb SP/MS, apesar dos comparativos do mercado de trabalho financeiro ser melhores que os demais setores, a necessidade de melhora e uma grande diferença entre os gêneros ainda foram notadas.

A questão de promoções também foi evidenciada e de acordo com apontamentos apresentados, os cargos mais altos como superintendências e diretorias, ainda são em suas maiorias ocupadas por homens. “Mesmo apresentando mestrado e doutorado, as mulheres ainda são a minoria entre os cargos mais altos”, destaca o economista.

“Muitas vezes, nos deparamos com situações em que as mulheres são promovidas, mas não tem a mesma flexibilidade que o homens para se deslocar e mudar para outros municípios”, pontua Thelma Regina Gomes, presidente do Sindicato dos Bancários de Três Lagoas.

Entre avanços apontados estão os canais de atendimento às vitimas de violência domestica, os acordos assinados durante a pandemia, com clausulas que preveem a volta para o trabalho presencial de mulheres com histórico de violência, a extensão da licença maternidade, dentre outras.


Questões sociais

As desigualdades são ainda maiores no caso de profissionais negras, trans, ou PCDs (pessoas com deficiências).

“Somos pioneiras na igualdade de oportunidades e trazemos um histórico de lutas e conquistas. O acesso a estes estudos e pesquisas nos permite um diagnóstico mais preciso e a certeza do quanto ainda precisamos avançar. Por isso cada vez mais a mulher bancária deve militar em todas as frentes, inclusive as nacionais em defesa da igualdade de gênero”, destaca Ana Stela, presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas.


Opinião

“Diante dos apontamentos e números apresentados, ficou clara a importância de inserirmos o tema com maior frequência em todas as discussões, sejam elas de emprego, saúde ou remuneração, o recorte de gênero deve ser inserido, sobretudo nos grandes temas nacionais, como reforma no sistema financeiro e nas condições de créditos no país, por exemplo. Só será possível avançar nessa discussão ao deixarmos de sermos barreiras”, conclui Boava.

Além da participação do Dieese, o debate contou com a presença das representantes da UGT, Regina Pessoti Zagretti, secretária da Mulher da UGT, Cássia Bufelli, secretária adjunta da Mulher e Josi Camargo, secretária de Formação.


FEEB SP/MS

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