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Bank of America rebaixa e corta preço-alvo das ações de Itaú e Bradesco; papéis caem


Diante da possibilidade de ter um sistema regulatório mais incerto, especialmente por conta da entrada de novos players e do aumento da competição, além da queda dos juros no Brasil, o Bank of America (BofA) se mostrou cauteloso e decidiu rebaixar as ações do Itaú para underperform (performance abaixo da média do mercado) e os papéis do Bradesco para neutro.

Em relatório divulgado hoje (20) a clientes, o banco também cortou o preço-alvo em 12 meses para as ações de ambos. No caso do Itaú, o preço-alvo ficou em R$ 34, com potencial de queda de 3% em relação ao fechamento de sexta-feira (17). Já o Bradesco teve o preço-alvo reduzido para R$39, o que representa uma potencial expansão de 10%. Além dos dois, a instituição destacou que o Santander é outro banco que não está com a situação boa, por isso também optou por recuar o preço-alvo das suas ações para R$ 46.

No documento, os analistas Mario Pierry, Giovanna Rosa e Ernesto Gabilond destacaram que "enquanto a economia ganha força e os empréstimos continuam a crescer a uma velocidade de dois dígitos, nós esperamos que o setor entregue um crescimento de receita de apenas um dígito em 2020, o que representaria uma profunda desaceleração em relação à expansão de 20% vista em 2019".

A avaliação do banco não caiu muito bem para os investidores de ambas as instituições. As ações ordinárias do Bradesco (BBDC3) caíram 1,55% no pregão de hoje, cotadas em R$ 33,06. Já os papéis preferenciais (BBDC4) apresentaram recuo de 1,95%, cotados em R$ 34,76. As ações do Itaú seguiram o mesmo movimento. Os papéis ordinários do banco (ITUB3) fecharam com perda de 1,75%, cotados em R$ 30,23. Os papéis preferenciais (ITUB4), por sua vez, terminaram o pregão desta segunda-feira com contração de 2,03%, cotados em R$ 34,23.

No ano, as ações do setor bancário apresentam desempenhos bastante ruins, com perdas que vão de 2,7% (Bradesco ON) a 7% (Itaú PN).

Pontos de atenção

No relatório, os analistas ainda pontuaram que a queda na taxa de juros pode ser vista como positiva ao aumentar o apetite por empréstimos, mas que pode ser negativa para os bancos ao reduzir as estimativas para a receita líquida em cerca de 8%.

A razão está ligada a dois fatores: um aumento na taxa efetiva em função da expansão de 5% sobre a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). E o fato de que os limites para os juros do cheque especial podem reduzir em cerca de 3% o lucro dos bancos.

Ainda segundo os analistas, as ações dos bancos maiores cresceram cerca de 13% em 2019 e performaram abaixo do Ibovespa, que terminou o ano passado com uma alta de mais de 31%. Para eles, uma das consequências disso é que o setor passou a negociar com um desconto de 25% sobre o Ibovespa, enquanto o desconto histórico sempre foi de 4%.

Outro ponto de atenção citado por eles é o fato de que a "incerteza do ambiente regulatório aumentou, especialmente por conta da ideia do Banco Central de aumentar a competição". Isso sem contar que "o potencial de disrupção das fintechs se tornou cada vez maior" e "o ambiente de queda de juros aumentou as preocupações com relação à rentabilidade e o risco de queda das receitas dos bancos".

De olho nos investidores e nos empréstimos

Apesar de os aspectos negativos, os três destacaram que os bancos podem se beneficiar da entrada cada vez maior de investidores na bolsa, já que eles possuem grande participação dentro do Ibovespa.

"Nós continuamos a esperar o crescimento dos empréstimos (especialmente os individuais e os voltados para pequenos e médios empreendedores), além do aumento modesto das taxas acima da inflação, crescimento das despesas operacionais crescendo abaixo da inflação (por conta do crescimento focado no controle de custos) e uma alta das provisões em linha com a expansão dos empréstimos."

Fonte: seudinheiro

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