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Bradesco convoca gerentes-gerais em final de semana e não paga hora extra


No dia 12 de fevereiro, sexta-feira, na semana após o feriado de Carnaval, gerentes-gerais do Bradesco do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais tiveram de arrumar as malas às pressas para uma reunião em São Paulo com o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco, no final de semana, dias 13 e 14 de fevereiro, das 8h às 19h30. O horário puxado dos encontros era, na verdade, uma reunião de trabalho, para cobrar aumento de "metas" e mais "eficiência". Os bancários das agências ficam apavorados com este tipo de cobrança que vem do topo da empresa e já conhecem o que significa este tipo de convocação que simula ser um "curso de qualificação". O objetivo é sempre elevar ainda mais as vendas dos produtos dos bancos, o que resulta em mais pressão, assédio moral e cobranças sobre os empregados, aumentando ainda mais o número de trabalhadores vítimas de doenças ocupacionais. "Os bancários deixam suas famílias e seus dias de descanso no final de semana e são obrigados a participar de uma reunião que, no fundo, reproduz o que é rotina nos bancos, ou seja, a cobrança de mais metas, oprimindo e adoecendo a categoria. E tudo isso sem oferecer nenhuma remuneração aos gerentes-gerais que participaram do encontro", disse a diretora do Sindicato Nanci Furtado. A sindicalista disse ainda que este tipo de cobrança cria um ciclo vicioso que recai sempre sobre todos os demais empregados do banco, que pagam o pato pela cobrança da presidência do Bradesco sobre os gerentes-gerais. "Não é justo que os funcionários paguem com a própria saúde apenas para atender à ganância dos banqueiros", completa. O banco bateu recorde em seu lucro líquido em 2015, faturando R$17,19 bilhões, cerca de 13,9% a mais do que em 2014 (R$15,08 bi). Apesar de tanto dinheiro, além de não pagar nada pelo trabalho de final de semana, o banco teve a cara de pau de avisar que "serviços de lavanderia, passadeira, consumo de frigobar e ligações telefônicas eram por conta do bancário. A empresa arcou apenas com hospedagem e passagem." "É uma mesquinharia em se tratando do setor que mais fatura dinheiro neste país à custa de juros abusivos, que espoliam o povo brasileiro, e da exploração dos bancários. Quando se trata dos executivos, o banco banca descanso nos resorts mais caros do país com toda a mordomia paga", critica o diretor do Sindicato Sérgio Ricardo, o Montanha. O Sindicato está atento à questão da cobrança de metas e ao aumento de assédio moral. Os bancários devem fazer suas denúncias pelos telefones 2103-4121/4124/4172.

Fonte: Bancariosrio.org.br

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