A resistência de três grandes grupos - Vale, Itaú e Petrobras – frustrou a iniciativa, iniciada por outras empresas, de comprar pelo menos 11 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca. Pela proposta, discutida semana passada em grupo de WhatsApp, metade do lote iria em forma de doação para o SUS e a outra parte seria usada pelas próprias empresas, para vacinar seus funcionários.
A CNN apurou que Vale, Itaú e Petrobras discordaram da possiblidade de uso de vacinas pelas empresas. Na prática, isso permitiria a imunização fora dos grupos prioritários e diminuiria a disponibilidade de compra de vacinas por governos, entre eles, o brasileiro. A JBS também avaliou o assunto e decidiu deixar o grupo.
Em nota a Vale afirma ter sido "convidada a participar da discussão", mas que "declinou da iniciativa": "a determinação da companhia é de doar integralmente insumos que venham a ser adquiridos para apoiar os esforços oficiais de combate à Covid-19", disse.
O Itaú informou que preferia não comentar o assunto e afirmou que não faz parte do grupo de empresas: "O Itaú Unibanco, por meio do Todos pela Saúde, acompanha de perto as discussões sobre a compra de vacinas, que neste momento seguem sendo realizadas na esfera governamental", acrescentou. A Petrobras disse que não iria se manifestar.
Outro ponto que prejudicou a ideia de compra está relacionado a questionamentos sobre o fornecedor da vacina e a legalidade da compra. "Quem teria até 33 milhões de doses disponíveis hoje?", disse um executivo.
Em sua notas, a Vale ressaltou que, desde o início da pandemia, vem oferecendo ajuda aos governos dos países em que atua. O Itaú frisou que destinou R$ 100 milhões na construção das fábricas de vacinas da Fiocruz e do Instituto Butantan e investiu mais de R$ 1 bilhão "em outras ações de combate à covid-19".
Do grupo de empresas faziam parte também, entre outras, Gerdau, Bradesco, Santander, Klabin, Vivo, Gol, Whirlpool e ADM Life.
Fonte: CNN
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