Com a aquisição, o banco digital entra no mercado de investimentos
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou, sem restrições, a aquisição da corretora Easynvest pelo Nubank. A decisão, assinada pelo superintendente-geral do Cade, Alexandre Cordeiro Macedo, foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (27).
O negócio foi divulgado no início de setembro. Com a aquisição, o banco digital entra no mercado de investimentos, em um momento de juro baixo e grande demanda por ativos de risco.
Apesar da aprovação de Macedo, ainda podem haver contestações sobre o negócio no Cade. Além disso, a compra depende da aprovação do Banco Central.
As empresas estipulam que o negócio seja finalizado em março, seis meses após o anúncio da aquisição.
Por enquanto, clientes de uma plataforma não terão acesso à outra, mas o objetivo é integrar os serviços no futuro.
Esta é a terceira aquisição do Nubank em 2020. O banco comprou a consultoria de tecnologia Plataformatec no começo do ano e adquiriu a empresa americana de engenharia de software Cognitect há dois meses.
Fundada em 1968, a Easynvest tem 1,5 milhão de clientes e mais de R$ 23 bilhões em ativos sob custódia. Seus acionistas, como o fundo de private equity (fundo de capital privado) Advent, se tornarão investidores do Nubank.
A corretora se destaca por não ter taxa de corretagem para investimento em renda fixa e garante que, até a aprovação do negócio pelos reguladores, os custos para clientes não mudam.
Com a preferência por serviços digitais na pandemia, o Nubank foi de 19 milhões de clientes no começo do ano para cerca de 30 milhões em setembro. A fintech brasileira reduziu seu prejuízo no primeiro semestre para R$ 95 milhões ante uma perda de R$ 140 milhões no mesmo período de 2019.
O Nubank é a segunda maior emissora de cartão de crédito do Brasil, atrás apenas do maior banco do país, o Itaú Unibanco, segundo análise do UBS.
Recentemente, o banco levantou US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão) em investimento, de acordo com documento protocolado na Securities and Exchange Commission (SEC), regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, em junho. Foram cinco investidores, não identificados.
Os atuais investidores incluem TCV, Tencent Holdings Ltd, DST Global, Sequoia Capital, Dragoneer, Ribbit Capital, Kaszek e Thrive Capital.
Folha de SP
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