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Brasileiro aprende a investir com influenciadores e youtubers, mostra pesquisa

Segundo levantamento da B3, os novos investidores procuram informações nas redes sociais

Canais do YouTube e influenciadores digitais são os principais meios de aprendizado do investidor brasileiro, aponta levantamento da B3, conduzido pelo instituto de pesquisa Talk, divulgado nesta segunda-feira (14).

Dos 1.371 entrevistados, 73% disseram aprender a investir com influenciadores e youtubers e 43% citaram plataformas online. Ajuda de amigos vem em terceiro lugar, com 31%.

A internet também é a principal plataforma usada para se informar sobre investimentos, sendo citada por 73% dos respondentes. Youtube/influenciadores são fonte para 60%.

Já a aceitação de recomendações é menor: 35% dizem estar dispostos a investir com base em recomendações de portais da internet e 32% naquelas vindas de youtubers e influenciadores. Relatórios de análise econômica são citados por 22% e grupos no WhatsApp e Telegram, por 19%.

A maioria (73%) diz que investe ativamente, fazendo suas próprias análises e operações.

“A transformação digital trazida pelo avanço da tecnologia e o maior acesso à informação foram cruciais para que o mercado de investimentos se desenvolvesse muito no Brasil nos últimos anos”, diz Felipe Paiva, diretor de relacionamento com clientes pessoa física da B3.

Em outubro deste ano, o número de CPFs com conta na B3 ultrapassou a marca de 3,2 milhões, um salto de 89% em relação ao 1,68 milhão de 2019.

“Nesse cenário é essencial que as pessoas estejam cada vez mais atentas não só à qualidade dos dados como, também, à credibilidade, reputação e histórico de suas fontes”, completa Paiva.

A pesquisa foi feita com brasileiros de todo o Brasil, entre 18 e 65 anos, das classes A, B e C, que investiram pela primeira vez na Bolsa de Valores entre abril de 2019 e abril de 2020. Eles responderam uma entrevista por email, entre abril e agosto deste ano.

Os investidores são, em sua maioria, são homens (74%), não têm filhos (60%) e ganham até R$ 5.000 por mês (56%). Vivem no Sudeste (51%), têm 32 anos(idade média) e trabalham em tempo integral (62%).

Ações (72%) são o ativo mais presente nas carteiras, seguidas do Tesouro Direto (42%), poupança (38%), fundos imobiliários (37%) e CDB (26%).

Dos 43% que disseram ter realocado investimentos para ações, 49% tinham o dinheiro na poupança.

Segundo a B3, o valor do primeiro investimento entre os investidores pessoa física tem reduzido. Nos últimos dois anos, caiu 58%, saindo de R$ 1.916, em outubro de 2018, para R$ 660, em outubro de 2020.

A diversificação, por outro lado, subiu. Quase metade dos investidores (46%) passou a ter mais de um produto de renda variável logo após a sua chegada à B3. Em 2016, 78% das pessoas físicas detinham somente ações. Em 2020, esse número cai para 54%.

Outra mudança é a tolerância com a volatilidade, que se mostrou muito forte em 2020. A maioria dos entrevistados (64%) afirmou que resgatariam os investimentos na Bolsa apenas se precisassem do dinheiro. A queda na rentabilidade dos ativos seria o motivo para sacar o valor para apenas 28% dos entrevistados.

“A volatilidade deixou de ser vista como algo ruim, que assusta, que bota medo. Na medida em que ele se educa e vivencia grandes oscilações, compreende que volatilidade faz parte da dinâmica do mercado e é também uma oportunidade, dependendo da estratégia de investimentos”, diz Paiva.

Fonte: Folha de SP

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