Mesmo com a flexibilização do isolamento social, a classe média continuará sufocada
Você já fez uma revisão dos seus gastos? Se não fez, o que está esperando? Pegue a tesoura digital e corte as despesas possíveis. Afinal, não há qualquer sinal de retomada dos empregos formais e de recuperação significativa da renda das famílias. Mesmo com a flexibilização do isolamento social, a classe média continuará sufocada. Para piorar, não há um dia em que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não sugira algum novo imposto ou taxa.
Não há uma norma geral no corte de despesas. Só o próprio consumidor pode classificar os gastos em essenciais e supérfluos. Impostos e contas de serviços como água, luz, condomínio e gás não estão sujeitas a essa avaliação. Têm de ser pagas, gostemos ou não.
Há muitos pais que decidiram colocar os filhos em escolas públicas durante a pandemia, devido ao desemprego ou perda de faturamento de pequenos empreendimentos. Outros trocaram planos particulares de assistência médica pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Uma dica: preste muita atenção às compras online. Sem ir tanto à loja física, é muito comum que compremos por impulso. Mas, obviamente, a conta estará no próximo extrato mensal do cartão de crédito.
Refeições delivery, tão úteis no período de quarentena, também podem impactar nossas finanças. Na medida do possível, devem ser exceções, e não prática diária. Além disso, os preços dos alimentos básicos dispararam. Arroz, feijão, carne, óleo de soja e açúcar ficaram bem mais caros este ano.
Quando fazíamos a maior parte das compras de supermercado presencialmente, ficava mais fácil perceber remarcações de preços. Dificilmente, contudo, o consumidor pesquisa itens em vários mercados digitais, comprando os que estejam em oferta em vários locais.
Houve, além disso, uma fase em que o temor de desabastecimento, que felizmente não se confirmou, nos fez comprar bem mais do que de costume. Temos de ajustar nosso perfil de consumo para evitar o superendividamento.
Faça um orçamento familiar detalhado para identificar os escoadouros de dinheiro. Pode ter certeza de que os encontrará. Sempre podemos cortar algumas despesas. E não confie em uma recuperação da economia em “V”, ou coisa que o valha. Lamentavelmente, já íamos mal antes da pandemia, e não acredito em boas novas nesta área no horizonte próximo.
Folha de SP
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