Pesquisa do IBGE mostra, no entanto, que 34% reduziram quadros
Mais da metade das empresas em funcionamento na primeira quinzena de junho não diminuíram o quadro de funcionários em relação ao início de março, quando se agravou a pandemia do novo coronavírus no Brasil. Os dados são da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, que integram as Estatísticas Experimentais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a pesquisa, 61,2% das empresas em funcionamento mantiveram o número de funcionários em comparação ao início de março. No entanto, 34,6% enxugaram o quadro de trabalhadores, enquanto apenas 3,8% aumentaram o total de empregados.
Entre as 948,8 mil empresas que reduziram a quantidade de funcionários, 37,6% diminuíram em até 25% o quadro de pessoal; 32,4% dessas empresas cortaram mais de um quarto até metade do total de funcionários, e 29,7% dos estabelecimentos demitiram mais da metade dos funcionários.
Entre as empresas que adotaram alguma medida em reação aos reflexos da pandemia sobre os negócios, 91,1% afirmaram que realizaram campanhas de informação e prevenção e adotaram medidas extras de higiene em suas atividades. O trabalho domiciliar — teletrabalho, trabalho remoto e trabalho a distância — foi adotado por 38,4% das empresas, enquanto 35,6% anteciparam as férias dos funcionários.
Quanto à percepção sobre a ajuda do governo no enfrentamento da crise, 32,4% empresas consideram que adotaram pelo menos uma medida com apoio governamental. Ou seja, das empresas que adotaram alguma medida de reação à pandemia, quase 70% consideram que não tiveram apoio do governo.
Pequenos negócios são mais prejudicados
A pandemia de Covid-19 provocou, na primeira quinzena de junho, o fechamento de 39,4% das 1,3 milhão de empresas que haviam suspendido temporária ou definitivamente suas operações. No total, foram 522,7 mil negócios encerrados no período, conforme dados do IBGE.
Entre essas que foram fechadas pela pandemia, 518,4 mil (99,2%) eram de pequeno porte (tinham até 49 empregados), 4,1 mil (0,8%) de porte intermediário (de 50 a 499 empregados) e 110 de grande porte (mais de 500 empregados).
Ainda entre as empresas com atividades encerradas por causa da pandemia, 258,5 mil (49,5%) delas eram do setor de serviços, 192,0 mil (36,7%) do comércio, 38,4 mil (7,4%) da construção e 33,7 mil (6,4%) da indústria.
Na primeira quinzena de junho, o País tinha cerca de 4,0 milhões de empresas, sendo 2,7 milhões (67,4%) em funcionamento total ou parcial, 610,3 mil (15,0%) fechadas temporariamente e 716,4 mil (17,6%) encerradas em definitivo.
Entre as que encerraram definitivamente suas atividades, independentemente do motivo, 715,1 mil ou 99,8% eram de pequeno porte, 1,2 mil (0,2%) eram intermediárias e nenhuma era de grande porte. Entre os setores, os serviços tiveram a maior proporção de empresas encerradas em definitivo, 46,7% ou 334,3 mil, seguido por comércio (36,5% ou 261,6 mil), construção (9,6% ou 68,7 mil) e indústria (7,2% ou 51,7 mil).
Cruzeiro do Sul
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