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Caixa Seguridade avalia suspender IPO


Motivo seria forte volatilidade do mercado ante incertezas sobre coronavírus e preços do petróleo

A Caixa Seguridade, braço de seguros e previdência da Caixa Econômica Federal, estuda suspender o processo de sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). A informação foi antecipada pela agência Reuters e confirmada pela Folha.

O adiamento do processo de abertura de capital da Caixa Seguridade seria devido à forte turbulência recente das Bolsas de Valores no mundo, segundo pessoas a par do assunto informaram à agência. A previsão inicial era que o IPO fosse concluído em abril.

Só nesta segunda-feira, a Bolsa de Valores brasileira encerrou com queda de 12,17%, aos 86.067 pontos, menor patamar desde 26 de dezembro de 2018. Essa foi a maior queda diária, em termos percentuais, desde setembro de 1998, quando a Bolsa caiu 15,8% em período marcado pela crise financeira russa.

Nesta sessão, o índice abriu em forte queda e, às 10h30, as negociações foram interrompidas quando a desvalorização do Ibovespa superou os 10%.

A Caixa Seguridade pretende levantar mais de R$ 10 bilhões com o IPO, na maior oferta esperada até agora para 2020. Representantes da Caixa não comentaram o assunto.

O adiamento pode prejudicar expectativas de bancos de investimentos de que 2020 seja um ano recorde de IPOs e ofertas subsequentes de ações. Construtoras, bancos, varejistas e empresas de outros setores estão entre mais de 25 pedidos de IPOs à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) neste ano.

Algumas empresas ainda não tomaram uma decisão final sobre prosseguir com seus planos de abertura de capital ou adiar os planos, disseram três fontes. Como as empresas já fizeram seus pedidos preliminares junto aos reguladores de valores mobiliários, ainda podem esperar cerca de duas semanas antes de uma decisão final.

É o que o BV (antigo Banco Votorantim) deve fazer, segundo apuração da Folha.

Outras companhias já estão perto do prazo para concluir seus IPOs, incluindo o Banco Daycoval, que previa captar o equivalente a US$ 1 bilhão nas próximas semanas.

O movimento vem em linha com um receio crescente em relação aos impactos econômicos do coronavírus.

Segundo especialistas, a forte desvalorização do mercado torna mais difícil o processo de “valuation” —avaliar o quanto uma empresa vale para vendê-la. Nessa estimativa, um componente importante é a comparação com pares do setor que já estão na Bolsa e, em momentos de aversão a risco, o valor de companhias pode ficar distorcido e levar a estreante a ser avaliada por muito menos que o esperado pelos acionistas.

Desde o final do carnaval, no entanto, quando a volatilidade se agravou nas Bolsas de Valores, oito empresas fizeram seus pedidos de abertura de capital junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). O motivo seria o prazo final para usar os dados do último trimestre de 2019.

Caso essa janela for perdida, as companhias precisariam refazer os papéis para aprovação da CVM com os números do resultado referente ao primeiro trimestre deste ano.

Após o pedido ser aceito pela comissão, a companhia tem cerca de sete meses para, de fato, ir a mercado.

Nesta segunda-feira as Bolsas americanas também apontaram forte retração, no pior pregão desde 2008 (ano da crise financeira). S&P caiu 6,2%, enquanto Dow Jones recuou 7,8% e Nasdaq, 7,3%.

A deterioração nos mercados nesta segunda sinaliza ainda os efeitos negativos da retração no preço do petróleo, com o contrato futuro do barril do tipo Brent atingindo a menor cotação desde 2016.

O dólar, por sua vez, fechou em alta de 2%, a R$ 4,727 – avanço parcialmente contido pela venda de US$ 3 bilhões de reservas pelo Banco Central. O turismo está a R$ 4,92 na venda. Em algumas casas de câmbio, chega a ser vendido acima de R$ 5.

Folha de SP

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