Em editorial da Folha Bancária 6.227, a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, destaca que os acionistas ficam com parcela cada vez maior dos altos lucros dos bancos, que não se preocupam em valorizar os trabalhadores ou baixar tarifas para clientes
Os bancos seguem lucrando cada vez mais, mesmo na crise, e fatias cada vez maiores desse lucro vão para os acionistas. É o que destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, na coluna Ao Leitor da Folha Bancária 6.227. A dirigente ressalta que apesar do lucro e da rentabilidade maior a cada ano do setor, as instituições bancárias não se preocupam em valorizar os trabalhadores ou reduzir tarifas para clientes.
Lucro para acionistas
O balanço dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Santander, Caixa e BB) mostra que o lucro acumulado em 2019 atingiu R$ 108,0 bilhões, 30,3% mais que em igual período do ano passado.
A rentabilidade destes bancos gira na casa dos 20%, isso significa que a cada cinco anos o lucro dos bancos é capaz de dobrar o patrimônio destas instituições. E, mesmo com a economia estagnada, os bancos retomaram sua rentabilidade a um patamar mais alto que em 2014.
Os cinco juntos arrecadaram R$ 142,4 bi com receita de prestação de serviços mais tarifas bancárias, em 2019, com alta de 6,5% em doze meses. O Santander, por exemplo, apenas com o que arrecada com tarifas cobre praticamente duas vezes suas despesas de pessoal.
Os bancos continuam aumentando lucros, com alta rentabilidade sendo dividida somente para seus acionistas, sem se preocupar com redução de tarifas para clientes, e a valorização de seus trabalhadores. Em 2019 os dividendos pagos aos acionistas somaram R$ 58 bilhões, um crescimento de 57% em relação a 2018!
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