Presidente também afirmou em Pequim que servidores que ingressem após a reforma administrativa podem perder estabilidade
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta sexta-feira (25) em Pequim que vai adotar medidas para estimular o emprego para jovens até 29 anos e maiores de 55 anos.
“Vamos dar uma ênfase nessas pontas”, disse Bolsonaro. Ele evitou detalhar que medidas serão tomadas, mas, conforme apurou a reportagem, podem incluir redução de encargos trabalhistas das empresas e concessão de crédito. Ainda não é certeza se haverá perda de direitos trabalhistas, mas não está descartado.
Depois do retorno do presidente de seu tour pela Ásia, o governo vai enviar ao Congresso uma medida provisória para estimular o emprego e melhorar a qualificação. Essa MP é a nova prioridade imediata da equipe econômica após a aprovação da reforma da Previdência.
Matéria publicada pela Folha no início de setembro informa que o governo estuda a criação do programa “Emprego verde amarelo”, com desoneração da folha de pagamento e redução de 50% do FGTS para empresas que contratarem jovens ou profissionais desempregados há mais de dois anos.
O número de desempregados no país vem caindo lentamente, mas ainda é muito alto. Em julho, a taxa de desemprego estava em 11,8%, o que representa 12,8 milhões de pessoas. A cobrança política tem sido forte em cima do governo por causa disso.
Além da MP para estimular a geração de novas vagas, o governo tenta encaminhar as reformas administrativa e tributária. Segundo Bolsonaro, a reforma administrativa está bastante “avançada”.
O presidente afirmou que não haverá quebra de estabilidade para os atuais servidores, mas admitiu que quem entrar depois da aprovação das medidas pode perder o benefício. Atualmente os servidores concursados não podem ser demitidos.
Outra medida em estudo pelo governo é acabar com as indexações dos salários dos servidores, que costumam estar vinculados a um porcentual do cargo no topo da carreira.
Na quinta-feira (24), Bolsonaro anunciou o fim da exigência de vistos para chineses no Brasil para estimular o turismo e os negócios. A medida preocupa os especialistas que dizem que a imigração ilegal pode crescer. Questionado sobre o assunto, Bolsonaro disse que haverá “filtros” nos aeroportos.
Folha de SP