Despesa com devedores duvidosos cresce na esteira da revisão do crescimento da economia e maior participação no varejo
O lucro do banco Santander cresceu 21% no segundo trimestre deste ano chegando a R$ 3,6 bilhões, muito parecido com os resultados do começo do ano. O banco expandiu em quase 20% o crédito para pessoa física e continuou faturando com serviços. Mas o que o banco chama de “volatilidade dos últimos dois trimestres” aliado a esta expansão do varejo deixaram algumas marcas como ocrescimento das despesas com provisões para devedores duvidosos.O banco diz que houve uma frustração com o desempenho dos indicadores de atividade econômica gerando uma onda de revisões e reduções nas projeções de crescimento do PIB. O Santander, por exemplo, que esperava que a economia crescesse 2,3% neste ano revisou para apenas 0,8%.
Além disso, a instituição relata o ponto positivo do andamento de algumas pautas no Congresso Nacional como a Reforma da Previdência mas pondera: "Entretanto, o processo também não foi algo linear, com idas e vindas, encontros e desencontros entre congressistas alinhados com o governo e integrantes da administração federal trazendo volatilidade aos preços dos ativos"“Em três meses, o resultado de provisão cresceu 8,8% influenciado pela volatilidade ocorrida nos dois últimos trimestres e pela maior representatividade dos segmentos de varejo”, informou o banco. As despesas cresceram 12%. De qualquer forma, a comparação anual continua sob controle, crescendo menos de 4%, menos da metade da taxa de crescimento da própria carteira de crédito.Esta maior representatividade do segmento de varejo no Santander pode ser vista nos números do crédito para pessoa física. O crédito consignado cresceu 23% de um ano para outro, o cartão de crédito 22%, o crédito imobiliário 12%. No total, a carteira de pessoa física atingiu R$ 141,4 bilhões. O financiamento ao consumo, em especial o financiamento de veículos, também cresceu fortemente, cerca de 17% em 12 meses chegando a R$ 46 bilhões (esta carteira não está considerada no crédito para pessoa física). Por outro lado, o segmento de grandes empresas caiu quase 6% em um ano no banco Santander.Mesmo com a base de prevenção a devedores duvidosos ter aumentado, a inadimplência em si não teve nenhum crescimento alarmante. O índice de inadimplência com atraso de 90 dias chegou 3% no total da carteira, alta de 0,2 ponto porcentual crescendo 0,1 ponto na pessoa jurídico e 0,1 na pessoa física.
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