Resultado fica próximo do patamar pré-pandemia, mas acumulado no ano está 8,6% abaixo do mesmo período de 2019
O Santander Brasil registrou lucro líquido, após o pagamento de todos os compromissos, de R$ 3,902 bilhões no terceiro trimestre deste ano, uma alta de 5,3% em relação a igual período de 2019. Em comparação aos três meses anteriores, quando teve lucro de R$ 2,136 bilhões, o aumento é de 82,7%.
De janeiro a setembro, o Santander registra lucro de R$ 9,891 bilhões, queda de 8,6% em relação aos primeiros nove meses de 2019. O resultado reflete um aumento de 19,8% na carteira de crédito do banco em relação ao terceiro trimestre de 2019, para R$ 397,4 bilhões.
Os empréstimos para pequenas e médias empresas totalizaram R$ 53,3 bilhões no período, aumento de 37,9% na mesma base de comparação. Em seguida vieram as concessões para grandes empresas, que somaram R$ 121 bilhões –alta de 34,6%.
Logo que a Covid-19 começou, os bancos relataram uma maior demanda por crédito das grandes corporações, que buscavam preparar o caixa para mitigar os impactos da crise.
O crédito para pessoas físicas cresceu 11,6% em relação ao terceiro trimestre 2019, para R$ 165 bilhões, enquanto os financiamentos voltados para consumo subiram 5,2%, para R$ 58 bilhões.
Em relatório divulgado nesta terça-feira (27), o Santander afirma que sua carteira prorrogada –resultado da medida tomada no início do ano, de adiar pagamentos para os clientes mais atingidos pelo coronavírus– totalizou R$ 46,7 bilhões no trimestre, amortização de R$ 3,2 bilhões em comparação ao segundo trimestre.
Além disso, o banco afirma ter emprestado R$ 9,9 bilhões de crédito por meio de programas governamentais no trimestre.
As operações de crédito renegociadas totalizaram R$ 22,9 bilhões no terceiro trimestre, aumento de 46% em comparação a igual período de 2019 e de 8,2% em três meses.
O índice total de inadimplência do banco ficou em 2,1%, recuo de 0,9 p.p. (ponto percentual) em comparação ao terceiro trimestre de 2019 e queda de 0,3 p.p. ante os três meses anteriores.
O banco não fez nenhuma provisão adicional no terceiro trimestre. As reservas contra calotes do banco somaram R$ 2,916 bilhões no período, queda de 7,5% em relação a iguais três meses de 2019 e recuo de 55,4% em comparação ao segundo trimestre – quando o banco fez uma provisão adicional de R$ 3,2 bilhões para conter os impactos da crise do coronavírus.
No ano até setembro, no entanto, essas reservas somam R$ 12,9 bilhões – aumento de 41,2% ante os primeiros nove meses do ano passado.
As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias do Santander ficaram praticamente estáveis em comparação aos meses de julho a setembro de 2019, somando R$ 4,746 bilhões. Em relação ao segundo trimestre, no entanto, o volume representa um crescimento de 15,7%.
A margem financeira bruta (principal receita dos bancos, gerada com operações de crédito) subiu 6,5%, para R$ 12,432 bilhões.
O banco demitiu 1.201 pessoas no terceiro trimestre tendo, agora, 45.147 funcionários. Desde o terceiro trimestre de 2019, no entanto, foram 4.335 desligamentos –diminuição de 8,8% do seu quadro geral de funcionários. A instituição financeira também fechou 41 agências no terceiro trimestre.
Na Espanha, o Santander voltou a ter lucro, se recuperando do pior trimestre de sua história. Depois de ter registrado prejuízo de 11,1 bilhões de euros (R$ 74,1 bilhões) no segundo trimestre, o banco espanhol teve lucro de 1,75 bilhão de euros (R$ 11,7 bilhões) nos três meses até setembro.
O Santander fez uma reserva de 2,5 bilhões de euros (R$ 16,6 bilhões) para conter possíveis calotes. O volume representa uma queda de 64,3% em relação às provisões do segundo trimestre, de 7 bilhões de euros (R$ 46,6 bilhões).
O impulso nos resultados do grupo vieram principalmente de sua filial brasileira, cujos resultados se destacaram em comparação aos demais negócios do banco em outros países.
Folha de SP
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