O presidente Jair Bolsonaro evitou comentar a auditoria interna do BNDES que prometia abrir a "caixa-preta" da instituição, mas não apontou irregularidades. Como revelou o Estado, a apuração custou R$ 48 milhões aos cofres públicos.
"A caixa-preta já foi aberta, bilhões gastos em outros países", disse o presidente nesta terça-feira (21). Em seguida, encerrou a coletiva de imprensa sem responder outras perguntas.
O relatório do BNDES não apontou nenhuma evidência direta de corrupção em oito operações com a JBS, o grupo Bertin e a Eldorado Brasil Celulose, realizadas entre 2005 e 2018. O valor foi pago a um escritório estrangeiro, o Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, que subcontratou outro brasileiro, o Levy & Salomão.
A assessoria do BNDES informou que o relatório de oito páginas é uma resumo crítico da auditoria e que outro parecer, "mais robusto", foi entregue às autoridades.
Parlamentares divergem sobre resultado de auditoria. Membro da CPI que apontou irregularidades no banco, o deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) diz não confiar nos dados; o PT saiu em defesa de Lula e Dilma Rousseff.
Nesta terça, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que vai notificar o BNDES para solicitar informações sobre o contrato com o escritório Cleary Gopttlieb Steen & Hamilton LLP. O objetivo, de acordo com a entidade, é "verificar se foram cumpridas as normas legais que disciplinam o exercício da atividade de consultores em direito estrangeiros no País".
Fonte: Terra