Das negociações acompanhadas pela Fipe, 86,6% tiveram aumento real no mês
Os trabalhadores que tiveram reajustes salariais em outubro deste ano conseguiram o melhor aumento real desde janeiro, de acordo com levantamento da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
O reajuste mediano no período foi de 3,5%, um ganho de 0,6 ponto percentual em relação à inflação acumulada em um ano medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que foi de 2,9%.
O estudo analisa mensalmente o resultado de 40 negociações de acordos e convenções coletivas no país.
O índice tem registrado ganho real nos salários desde junho deste ano. A partir de julho, a influência da greve de caminhoneiros no cálculo da inflação acumulada em 12 meses começou a diminuir, o que influenciou o índice e teve impacto no aumento real das remunerações.
A inflação projetada pelo boletim Focus e pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para os próximos 12 meses a partir de outubro é de 3,4%.
O piso salarial mediano negociado no mês passado foi de R$ 1.280, valor 30% superior ao do atual salário mínimo.
Das negociações acompanhadas pela Fipe, 86,6% tiveram aumento real em outubro. Por outro lado, 8,1% tiveram ajuste salarial inferior à inflação no mês. No ano, esse índice é de 26,3%.
Em termos nominais, porém, o reajuste mediano obtido pelos trabalhadores no mês passado é o menor conseguido no ano, empatado com o registrado nas negociações salariais encerradas em agosto.
Na comparação entre os estados, São Paulo é o que obteve os maiores reajustes medianos em 12 meses até outubro, com 5%, seguido por Paraná e Santa Catarina (com 4,8% cada). Tocantins teve o pior resultado, com 4%.
Historicamente, o reajuste salarial costuma ser maior no segundo semestre, porque categorias tradicionais têm negociações no período.
Folha de SP