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Grande banco deve ter lucro 18,9% maior no 2º tri


A recuperação do crédito a pessoas físicas, riscos sob controle e aperto nas despesas marcaram o desempenho dos grandes bancos brasileiros no segundo trimestre. Itaú Unibanco, Banco do Brasil (BB), Bradesco e Santander devem mostrar um lucro líquido combinado de R$ 21,138 bilhões para os meses de abril a junho, segundo média das projeções de analistas ouvidos pelo Valor. A cifra representa crescimento de 18,91% em relação ao mesmo período do ano passado.

“A originação de crédito no varejo permaneceu sólida no segundo trimestre, apesar de dados macroeconômicos fracos”, afirma o Itaú BBA em relatório. Para os analistas da instituição, a safra de resultados deve reforçar as perspectivas de crescimento dos lucros em 2019. A temporada começa na terça-feira com a divulgação do resultado do Santander Brasil.

O resultado final expressivo não significa, porém, que tenha sido um trimestre dos mais tranquilos. A desaceleração da economia refletiu no desempenho do crédito, especialmente no segmento de pessoas jurídicas. Enquanto o nível de atividade não se recupera, a demanda de empresas por empréstimos e financiamentos também não.

“De forma geral, a demanda por crédito pelas grandes empresas continuou fraca, impactada pela estagnação econômica, e o varejo seguiu sustentando o avanço das carteiras de crédito”, observa a Eleven Financial em relatório a clientes.

Em mais de uma ocasião, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., disse que o crédito a empresas estava mais fraco no segundo trimestre que nos três primeiros meses do ano. As linhas para pessoas físicas, segundo ele, permaneciam estáveis.

Para a Eleven, o desempenho do primeiro semestre pode levar algumas instituições financeiras a revisar para baixo suas projeções para o crescimento do crédito em 2019. O próprio Banco Central (BC) já fez isso. Na edição mais recente do Relatório de Inflação, o órgão regulador reduziu de 7,2% para 6,5% sua previsão para o crescimento do saldo de operações neste ano.

Por outro lado, a aprovação do texto principal da reforma da Previdência na Câmara era um evento amplamente aguardado pelos bancos. A leitura é que o avanço do projeto é um passo importante – ainda que não definitivo – para estimular os empresários a pensar em desengavetar projetos.

Os bancos privados devem continuar a mostrar um desempenho no crédito mais forte que os públicos, refletindo orientação do governo de deixar que o mercado dite o rumo dessa atividade. Projeções de analistas indicam crescimento de 0,5% a 1% no portfólio do BB na comparação com junho do ano passado. O ritmo mais forte deve ser mostrado pelo Bradesco, com alta estimada entre 8% e 10%.

Um fator positivo é que, embora o crédito ainda esteja com desempenho moderado, o risco das operações não tem se deteriorado. Não há previsão de piora generalizada na inadimplência ou nas despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD). O que se espera é que haja um aumento pontual na taxa de calotes do BB por causa da recuperação judicial da Odebrecht – o que já era esperado. As provisões do banco também tendem a subir pelo mesmo motivo, destaca a XP Investimentos.

Com o cenário econômico incerto dos últimos meses, analistas também esperam que os bancos tenham mantido as despesas operacionais sob forte controle. Para a Eleven, “as despesas gerais devem se manter controladas, crescendo próximas ou um pouco acima da inflação, refletindo a expansão dos negócios e investimentos em tecnologia para melhorar a eficiência operacional e fazer frente à concorrência digital”.

O Santander será o primeiro a divulgar resultados, previstos para a manhã de terça-feira. Média das projeções de analistas aponta lucro de R$ 3,509 bilhões para a instituição no trimestre.

Fonte: Valor Econômico

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