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Endividamento atinge 56,5% dos lares paulistanos, diz federação


Patamar de endividamento é o mais alto desde novembro de 2017

A proporção de lares paulistanos endividados subiu para 56,5% em maio, elevação de 1,3 ponto porcentual em relação a abril (55,2%).

Na comparação com o mesmo período do ano passado, a alta foi maior, de 5,4 pontos porcentuais, o que significa 227 mil famílias endividadas a mais do que em maio de 2018.

É o maior índice registrado pela FecomércioSP (federação estadual do comércio), responsável pelo levantamento, desde novembro de 2017 (56,7%) e se aproxima dos 57,1% apurados em 2013.

Segundo a federação, o alto índice de desemprego também levou ao crescimento da taxa de inadimplência, que chegou a 20,5% em maio, o que significa que 804,3 mil famílias não pagaram a dívida até a data do vencimento.

O número representa um crescimento de 53 mil em um ano, próximo do maior patamar histórico, de 21,8% em abril de 2012.

Os lares com rendimentos abaixo de dez salários mínimos impulsionaram o endividamento: 59,4% em maio ante os 58,9% de abril, e a inadimplência atingiu 25,6%.

Também houve alta para o grupo com renda superior a dez salários mínimos, no qual o endividamento passou de 44,4% para 48,3% em maio. Contudo, a inadimplência foi menor nessa faixa – caiu de 8,7% em abril para os atuais 7,9%. O principal tipo de dívida de todas as famílias continua sendo o cartão de crédito, com 74%. Em abril, eram 71,7%, e com relação ao mesmo período do ano passado, 70,2%.

Na segunda posição ficaram os carnês, com 15,1%, ante os 14,8% de abril. A federação diz em nota que os dados são alarmantes, e mostram que as famílias estão com cada vez menos recursos diante da desvalorização constante da moeda nacional e da inflação.

Com isso, os bancos têm reduzido a oferta de crédito, analisando minuciosamente o perfil de cada cliente e propondo, inclusive, a redução dos limites dos cartões de crédito, afirma a federação.

Reflexo disso, segundo a FecomércioSP, aparece no aumento na procura pelo parcelamento no carnê, direto com o lojista em 2019, chegando a 15,1% em maio. Ainda de acordo com levantamentos da Entidade, nesse ambiente desfavorável, em maio, houve quedas de 1,8% na intenção de consumo nos lares e de 1,6% na propensão de comprar algum produto financiado nos próximos três meses.

Segundo a FecomercioSP, não há expectativa de melhora desse quadro enquanto não houver mais estabilidade e previsibilidade política, a fim de que as principais reformas (como a da Previdência e a Tributária) sejam bem encaminhadas e aprovadas no Congresso.

Folha de SP

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