Carrefour é condenado a pagar R$ 1 milhão por assédio moral em Sorocaba
De acordo com funcionários, quem não atingia as metas era obrigado a arrancar grama do local com as mãos. Empresa afirmou que recorrerá da decisão.
A rede de supermercados Carrefour foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 1 milhão por danos morais coletivos e assédio moral. O caso foi registrado em postos de combustíveis das filiais da empresa em Sorocaba (SP). A empresa afirmou que recorrerá da decisão.
A ação civil pública é do Ministério Público do Trabalho (MPT), com base em uma notícia apresentada pelo Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Sorocaba. De acordo com a denúncia do MPT, os funcionários que não cumpriam as metas estipuladas eram obrigados a arrancar grama do local com as mãos, limpar caixas coletoras de resíduos e até ficar sentados em um banco de castigo. Muitos trabalhadores pediram demissão em razão do assédio sofrido. Segundo uma das vítimas, existia uma lousa na qual era escrito o nome de quem atingia ou não a meta diária. Aquele que não obtivesse o desempenho esperado tinha seu crachá pendurado na lousa, com o escrito em vermelho. A sentença da 4ª Vara do Trabalho de Sorocaba obriga a rede supermercadista a não submeter os empregados a qualquer forma de assédio moral, deixando de expô-los a "situação constrangedora, vexatória ou humilhante". Caso a decisão seja descumprida, a rede pode ser punida com uma multa diária de R$ 5 mil por trabalhador prejudicado. A indenização por danos morais coletivos deve ser destinada ao Fundo Estadual de Defesa dos Interesses Difusos ou para outro local indicado pelo Ministério Público. Ainda cabe recurso ao Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região. Em nota enviada ao G1, o Carrefour informou que o processo se refere a uma denúncia de 2009, um caso antigo e isolado, com acusações que de forma alguma compactuam com as práticas da companhia, que preza pelo respeito e bem estar de todos os seus mais de 84 mil colaboradores no país. O processo ainda não foi transitado em julgado e a empresa recorrerá da decisão.
G1