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Guedes: Bancos terão que ‘despedalar’ e devolver recursos à União


O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que os bancos públicos vão ter que “despedalar” e devolver os recursos que obtiveram da União. Em evento “E agora, Brasil?”, realizado pelos jornais “O Globo” e Valor Econômico, Guedes afirmou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai devolver R$ 126 bilhões para a União.

Segundo o ministro, os bancos públicos – citando não só o BNDES como também Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – ainda terão que devolver mais R$ 80 bilhões referente aos chamados recursos híbridos. O governo, segundo o ministro, espera ainda que a União receba mais R$ 80 bilhões com privatizações. “Vamos gerar um caixa forte esse ano”, afirmou.

Gasto público

Guedes ainda discursou sobre como o descontrole do gasto público se tornou o vilão do país dos últimos 40 anos. ele disse que, em vários momentos da história, o descontrole do gasto público foi responsável por crises como hiperinflação, sequestro de ativos, juros altos e impostos excessivos, o que foi ignorado por governos passados.

O ministro destacou que o aumento dos gastos públicos sempre esteve à frente de vários processos no país. “Os gastos partiram na frente e governo já estava lá reciclando petrodólares; tivemos sequência de crises”, frisou Guedes. “O governo João Batista Figueiredo teve excesso de gastos, mas sempre com fantasia nova. E a inflação começou a subir”.

Ele começou sua fala contando que o período militar no país acabou tendo um final conturbado do ponto de vista de política econômica porque os gastos saíram na frente. Guedes lembrou o tempo da hiperinflação e dos juros na “lua”, destacou a importância do Plano Real e do regime de metas de inflação, porém, mesmo neste período, os gastos públicos não pararam de crescer. “Eu escrevi artigos apoiando o Plano Real, ao contrário do que todo mundo acha”, frisou, acrescentado que os governos foram adotando de medidas para tratar “sintomas”.

O ministro disse que precisamos fazer perguntas citando como exemplo a indexação dos salários. “Hoje será que nós queremos tudo indexado, vinculado. São perguntas que temos que fazer”, frisou o ministro.

Em sua apresentação, o ministro mencionou que, após o regime militar, era normal que com a redemocratização houvesse um resgate do capital humano, dinheiro carimbado, citando governos de centro-esquerda. “Nada ideológico. Tudo sereno. Muito natural”, contou, ressaltando que o processo de transição, na época, foi incompleto.

Guedes afirma ser “apavorante” analisar os componentes dos gastos públicos, divididos basicamente em previdência social, juros da dívida pública e a máquina pública. Criticou a manutenção dos altos juros “como se não houvesse amanhã”, e defendeu a venda de imóveis da União como iniciativa para enxugar a máquina. Segundo ele, o governo federal tem cerca de 700 mil imóveis, avaliados em um total de R$ 1 trilhão. ” O descaso com os ativos da União, com a redução de desperdício, é brutal, é algo que ofende quem está acostumado com a iniciativa privada”, disse.

O ministro disse ainda que irão “frear” os concursos públicos. “Metade do funcionalismo se aposenta nos próximos cinco anos”, citou. De acordo com Guedes, nas medidas a ser cumpridas nos primeiros cem dias de governo está a maior transparência do funcionalismo, com a descrição dos cargos disponíveis e a justificação da necessidade de novas contratações. “Não repõe, ou repõe com cuidado”, afirmou sobre servidores.

Imposto único

Guedes ainda afirmou que o governo pretende fazer uma simplificação tributária, mas isso não quer dizer que haverá apenas um imposto. “Óbvio que não terá imposto único, mas vai simplificar. Vamos dar uma enxugada”, disse.

Guedes afirmou que o processo de simplificação de impostos deve caminhar para reduções de alíquotas. O ministro ressaltou ainda que quer uma abertura gradual da economia brasileira e que vai “pegar mesmo” no último ano de governo.

Fonte: Valor

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